sábado, 22 de março de 2008

A demissão de Paulo Henrique Amorim repercute: Mino Carta contra-ataca


A saída de Paulo Henrique Amorim do IG teve uma repercutiu em um nome de peso: Mino Carta. O experiente jornalista ítalo-brasileiro, ex-editor chefe da IstoÉ e da Veja e atual da Carta Capital, anunciou o fim do seu blog no provedor:


"Meu blog no iG acaba com este post. Solidarizo-me com Paulo Henrique Amorim por razões que transcendem a nossa amizade de 41 anos. O abrupto rompimento do contrato que ligava o jornalista ao portal ecoa situações inaceitáveis que tanto Paulo Henrique quanto eu conhecemos de sobejo, de sorte a lhes entender os motivos em um piscar de olhos. Não me permitirei conjecturas em relação ao poder mais alto que se alevanta e exige o afastamento. O leque das possibilidades não é, porém, muito amplo. Basta averiguar quais foram os alvos das críticas negativas de Paulo Henrique neste tempo de Conversa Afiada." Mino Carta


Neste derradeiro post, há uma clara insinuação a motivos maiores, questões políticas: enfim, muito mais do que uma mudança da "política comercial" da polêmica empresa. Vamos esperar mais notícias.




Otávio Bessa


A China e os ovos da Páscoa


Para compesarmos o atraso nas postagens, resolvemos publicar alguns textos interessantes oriundos de outros sites. Esta postagem se trata de um belo panorama de Alberto Dines sobre a hipocrisia ocidental em relação ao Tibete, além da gangorra em que a economia se encontra.

Egípcios e romanos celebravam a vida através do culto aos ovos, mas a tradição começou muito antes na China, quando na Festa da Primavera (do hemisfério Norte) ovos pintados e cozidos em ervas eram oferecidos aos amigos com votos de renovação da vida. Além dos ovos da Páscoa, muita coisa originou-se na China, inclusive a pólvora e os fogos de artifício.

Também a crise das commodities que nestes dias ocupa o lugar de honra no noticiário. Os analistas esmeram-se na explicação sobre desenlaces recentes (o desabamento na última quarta-feira do preço das matérias-primas) e, geralmente, negligenciam as análises sobre seus antecedentes. Não é de bom-tom remontar à gênese das bolhas porque ninguém gosta de penitenciar-se em público.

A verdade é que o desmoronamento de 19 de Março é conseqüência direta do pico de 4 de Março quando as commodities atingiram preços astronômicos e ninguém acionou os alarmes. Este pico tem a ver com o movimento defensivo em seguida à crise hipotecária americana: para compensar perdas e garantir retornos, os investidores apostaram em commodities valorizadas nos últimos anos em padrões alucinados.

Quem está com o pé no acelerador é o dragão da economia global, a China. O país abriga um quinto da humanidade, mas consome metade do cimento, um terço do aço e um quarto do alumínio produzidos no mundo. Comparada com a de 1999, a importação chinesa de soja subiu 35 vezes e a de cobre, 23 vezes (dados da “Economist”, 15/3).
Além do desastre ecológico provocado por uma indústria sem tradição de qualidade e um governo absolutamente desatento aos mais comezinhos princípios de respeito à Natureza, a fome pelas commodies colocou sua política externa a serviço das piores ditaduras da África e Ásia.

O celebrado pragmatismo chinês ajudou emergentes como o Brasil a reequilibrar sua economia, mas foi responsável igualmente pela paralisia mundial que manteve o holocausto em Darfur e a sanguinária repressão em Myanmar.
Ao contrário das arrogâncias exibidas por Hitler, Mussolini, Stalin e Bush, a fórmula chinesa é branda, maneirosa. Abolido o culto da personalidade, funciona em seu lugar uma máquina burocrática impessoal, contínua e não menos brutal.

O Tibete é a dolorosa vitrine de uma duplicidade onde se combinam o formidável esforço para tirar centenas de milhões de seres humanos da miséria absoluta e a implacável repressão política contra aqueles que desejam expressar suas opiniões. A cinco meses das Olimpíadas, a famosa paciência chinesa mostrou suas limitações e precariedade.
Depois de negar teimosamente o uso da força, o governo pequinês finalmente admitiu nesta sexta-feira que suas tropas atiraram contra os rebeldes tibetanos no exato momento em que Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes americana, depois de reunir-se com o Dalai Lama em seu exílio indiano, colocou a boca no trombone contrariando o cinismo da Casa Branca.

O drama tibetano que se arrasta desde 1950 (quando a república proclamada em 1911 foi anexada pelo revolucionário Mao Tsedong) torna-se mais pungente diante da desfaçatez globalizada. As esquerdas e seus movimentos de direitos humanos estão silenciosos – afinal o país ainda é formalmente comunista, coberto de vermelho e estrelas amarelas. O mundo empresarial que nunca se impressionou com totens e tabus só pensa naquilo: crescimento acelerado para manter a alternância dos círculos virtuosos e viciosos.

No rol dos inventos chineses, imperioso acrescentar a atual epidemia mundial de hipocrisia.


(Texto retirado de http://ultimosegundo.ig.com.br/opiniao/alberto_dines/2008/03/21/a_china_e_os_ovos_da_pascoa_1238661.html)

sexta-feira, 21 de março de 2008

Paulo Henrique Amorim e sua saída do IG(não do PIG)


"Olá! Tudo bem?"


O Porta IG anunciou na última terça-feira a recisão contratual do jornalista Paulo Henrique Amorim. O provedor hospedava o polêmico site Conversa Afiada, que já está fora do ar. O jornalista, por meio de um recurso judicial, recolheu seus pertences e o arquivo do site.




Até aí, aparentemente, tudo normal. A grande questão são os reais motivos por esta verdadeira demissão. Amorim, apesar de eventuais críticas ao PT e ao governo Lula, é tido com um árduo defensor da situação e da "esquerda". É um árduo crítico da grande mídia(apelidada por ele de PIG: Partido da Imprensa Golpista), principalmente da revista Veja, dos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo e da rede Globo. No Conversa Afiada, inclusive, criou o IVDL(Índice Vamos Derrubar Lula), como forma de satirização a aparente parcialidade midiática.




Para entendermos todo o imbróglio, é importante contextualizar o IG. O portal, pioneiramente o primeiro provedor de internet grátis do Brasil, teve seu controle acionário assumido pela Brasil Telecom em 2004. O valor desta negociação foi de 132.741.582 dólares( a empresa passou de 9,5% para 88,7% sua participação no provedor). Tratou-se de uma transação no mínimo curiosa. Na época, a consultoria britânica Theaters & Greenwood avaliou o IG em somente 54 milhões de dólares. Já os antigos donos do provedor, declararam que a empresa valeria 140 milhões de dólares. Tudo isto é, aparentemente, estranho. A grande questão é que a Brasil Telecom até 2003 era controlada pelo Banco Opportunity(sim, dele mesmo: o controverso Daniel Dantas) e passou ter forte participação acionária da Previ, o fundo de pensão dos funcionário do Banco do Brasil, o que para muitos críticos(leia-se Diogo Mainardi) seria um forte indício de possíveis intervenções estatais. Com a mudança de dono, houve grandes guinadas editoriais.


O provedor passou, então, a contratar grande grifes do jornalismo especialmente "simpáticos ao governo Lula"(pelo menos muito mais do que o dito PIG) como Mino Carta, Paulo Henrique Amorim e Franklin Martins(este até se tornou ministro-chefe da Secretário de Comunicação Social). Estes nomes, segundo o discutibilíssimo Diogo Mainardi, receberiam salários maiores do que o valor de mercado.. Além disto, foram, também, contratos nomes assumidamente governistas para escrever em blogs no provedor, como o ex-presidente da União Nacional dos Estudantes Gustavo Petta e o jornalista Luis Favre, marido da ex-prefeita de São Paulo e ministra do Turismo Marta Suplicy.


Independentemente de qualquer juízo de valor, é natural que o episódio em questão se deva a muito mais do que "custos do contrato e condições de mercado" como escreveu Caio Túlio Costa, Diretor Presidente do IG, em editorial. A ação judicial de Amorim é um claro sinal de uma motivação mais profunda. Chapa-branca ou não, Paulo Henrique tinha uma site diferenciado, em que, realmente, tratava os assuntos de uma maneira diferenciada do que a grande mídia: por enquanto, perde muito o jornalismo.


"Boa noite e boa sorte."



Otávio Bessa



(Obs: estamos de volta!)

segunda-feira, 3 de março de 2008

A hora e a vez de Hillary Clinton

Ainda numa linha "1984", este vídeo foi criado por fervorosos fãs jovens do senador de Barack Obama. Trata-se de uma paródia muito bem feita do comercial da Apple de lançamento do Macintosh. No fundo, em ambos momentos, há um forte apelo pela ruputra. Hillary, bem ou mal, é o estabilishment, assim como os "piratas da IBM".


Otávio Bessa